Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

16 de outubro de 2016

Raquel Rodrigues, As carnes revoltas em cio


















As carnes revoltas em cio
Perecem entre os sexos

O pénis cresce e torna-se duro
Por entre o deambular da mão que o premeia 

A romã Viçosa humedece
Entre o arqueio das pernas 
Desaguando rios de águas perenes de tesão

O sémen aguarda o clímax 
Do vai e vem sentido dentro da fissura rugosa
Num deambular de poesia dos corpos refractados no luar do tesão

A luz ténue desperta a ansiedade
Terminante da cúpula que se fez em alvoroço do cio
Eclodindo num prazer infinito dos sexos 



Raquel Rodrigues
Portugal, Viana do Castelo 1959
photo by Google

Raquel Rodrigues, O fogo é uno



















O fogo é uno
A veracidade das palavras transcritas por entre os sexos
Tornam-se fugazes
Na plenitude do aroma
Que vagueia no ar do tesão

Há cortes de sentires no toque duradouro dos corpos
Sente-se o alvor do clímax 
Que tende a chegar 

E entre gruindos e uivos
O silêncio se esvazia
E os membros engrossam e tornam-se hirtos 
Num desaguar de esperma 
Que esvazia  a razão 



Raquel Rodrigues
Portugal, Viana do Castelo 1959
photo by Google

9 de outubro de 2016

Raquel Rodrigues, O esboço dos sexos





O esboço dos sexos arqueiam num marinhar de desejos contínuos ao luar prescrito 
em palavras rúbidas 

O ermo dos púbis, entrelaçam 
O querer do cio
Onde a amálgama dos odores 
Devem  os movimentos 

Os sexos, esses entranham-se
Nas gretas descobertas no seu pudor
Saltando delírios de vozes sonantes ao desejo
Tornando-se hirtos e rugosos 
No seu amanhecer


Raquel Rodrigues
Portugal, Viana do Castelo 1959
photo by Google

Raquel Rodrigues, Corre a seiva nos meandros...



Corre a seiva nos meandros das coxas
O sacro incha no desejo previsto 
No olhar do corpo que rebola de tesão por entre lençóis de luar

A escrita das sombras refractadas nas paredes despidas de pudor
Onde os pénis deambulam num desatinado de desejo tornando-se hirtos

A glande torna se rúbida no clarão da escrita do pénis
Humedecendo nas pautas escritas de tesão

O encontro dos sexos desalagam 
Em cascatas de sémen perdido nos uivos de prazer.


Raquel Rodrigues
Portugal, Viana do Castelo 1959
photo by Google