por Galateia, que é mais que o sol formosa,
e ela, olhando-me doce e desdenhosa,
murmura: « Tírsis meu, está calado.»
Eu quero-lho
jurar, entusiasmado,
e ela, encendida num matiz de rosa,
com um beijo mo impede, e pressurosa
tapa-me a boca com seu gesto amado.
Com branda
força, procuro soltar-me,
e ela afasta-me mais e diz-me logo:
« Não o jures, pois crer em ti me apraz.»
Depois com
tanta força encadear-me
tenta que Amor, presente ao doce jogo,
num desejo com obras satisfaz.
Francisco de Aldana
Espanha 1537-1577
in” Antologia da Poesia Espanhola
Siglo de Oro – 1ºvol. Renascimento”
Tradução: José Bento
Editor: Assirio & Alvim
photo by Tutt’ Art
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